- AMOR E PERDÃO
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- Bezerra de Menezes
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- Amor e perdão, uma feliz combinnação.
- Orixás
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- Há boas razões para acreditar que Deus existe?
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O Amor e o Perdão na Visão de Andrei Moreira (Médico especializado em Homeopatia, presidente da Associação Médico-Espírita de Minas Gerais, expositor, escritor.)
O amor é, então, o caminho para a cura?
O amor é o grande medicamento, é a grande finalidade da existência. Na verdade, nós caminhamos em direção a Deus como o “filho pródigo” da parábola de Jesus, reconectando nossa relação com o Pai e retornando para a casa de Deus, que, na verdade, é dentro do nosso próprio coração, onde Deus está. Pouco a pouco, vamos fazendo isso, descobrindo as nossas virtudes, a grandeza íntima que há dentro de nós, tudo aquilo que Deus nos deu como possibilidade evolutiva e que pode nos realizar plenamente.
Nesse contexto, o amor representa um movimento medicamentoso por excelência, enquanto movimento de respeito, de consideração, de valorização, de inclusão, de consideração. Ele nos trata as doenças da alma, que são orgulho, egoísmo, vaidade, prepotência, arrogância, e nos coloca em sintonia com a fonte, que é Deus, nos auxiliando a reconectar-nos com o Pai. Desenvolver o amor é o caminho mais rápido, fácil e eficaz para a cura da alma e do corpo.
O perdão é o caminho para a saúde integral?
Sim, o perdão é condição essencial para a saúde. Sem o perdão, não há paz interior, não há saúde nem física, nem emocional. Shakespeare dizia que não perdoar ou guardar mágoa é como beber veneno, desejando que o outro morra. O veneno age naquele que o guarda, que o cultiva dentro de si. E a mágoa atua dentro de nós na semelhança de uma planta que, uma vez guardada, cultivada, vai crescendo, criando raízes, dá flores, frutos e multiplica-se.
E nós acabamos enredados em uma série de dores emocionais, sem que nem saibamos, às vezes, onde tudo começou. Tudo porque vamos guardando as coisas dentro de nós, sem trabalhar, sem dialogar, sem metabolizar emocionalmente aquilo que estamos sentindo, vivenciando. Quando vemos, a situação está numa questão muito profunda e muito grave.
Para que tenhamos paz, é necessário que abracemos o perdão como um projeto. O perdão é uma decisão pela paz, que se traduz em atitudes pelo estabelecimento dessa paz, no entendimento das questões emocionais, das nossas características pessoais, das circunstâncias que envolvem o ato agressor e da responsabilidade e corresponsabilidade nossa no processo. Ele se traduz como um processo, porque não se dá da noite para o dia. Ele se constrói ao longo do tempo e através de atitudes sucessivas de busca dessa metabolização emocional que, muitas vezes, precisa de um acompanhamento terapêutico profissional, através de um psicólogo que faça essa abordagem íntima e ajude-nos a encontrar nossas respostas, sentidos e significados mais profundos.
O perdão passa também pelo acolhimento e aceitação da nossa humanidade e da humanidade do outro, sobretudo, na superação dos traumas, porque só aceitando a condição fundamental do ser humano, de estar num processo contínuo de erro e acerto, é que a gente dá conta de conviver com os equívocos do outro que nos fere e até mesmo com os nossos mesmos.
Naturalmente, nós só fazemos para o outro aquilo que fazemos para nós. Então, nós só conseguimos aceitar a humanidade do outro quando aceitamos a nossa própria humanidade, quando acolhemos em nós a nossa capacidade de errar e recomeçar, abraçando o auto amor como uma proposta de vida.
O auto amor é filho da humildade, uma das representações magníficas da amorosidade divina, aquela decisão interna de nos acolher, de nos tratar com ternura, compaixão e com a benevolência que nós necessitamos, embora com a firmeza necessária para domar as nossas paixões e renovarmo-nos de nossos defeitos que julguemos necessários. Então, o perdão é uma atitude de conquista desse estado de paz interior, através do entendimento das circunstâncias que nos envolvem e da decisão pelo amor.
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